quinta-feira, 16 de abril de 2009

Editorial

Gestão do PS é incapaz de melhorar
a vida em Lisboa

De um mandato de 26 meses, o PS à frente da CML – com o ex-Bloco Sá Fernandes e com Helena Roseta – já desbaratou 20 meses: 80% do mandato e nada de essencial está conseguido. O espaço público, o estacionamento, a limpeza, a reabilitação, a atracção de pessoas para a Cidade e especialmente para a Baixa – zero. Nada.


A Cidade de Lisboa tem vivido tempos duríssimos e o mandato que está a terminar dentro de uns meses vai mostrar-se completamente irrelevante. Em muitas áreas, infelizmente, nem se percebe se mudámos de gestão ou se continua activo o efeito Santana / PSD / Carmona.
Os Bairros Municipais são a melhor prova de que tudo parecia ir mudar mas nada mudou. O abandono de que lhe damos conta nesta edição é uma situação gravíssima a que o PS não soube e não sabe responder.
A Baixa degradada está farta de visões mirabolantes sem que nada de útil ou eficaz apareça no horizonte.
Cada nova gestão, novos planos sem pés nem cabeça.
Antes foram Salgado e Nogueira Pinto. Agora são Salgado e Roseta. Virou o disco mas a música que toca é a mesma: nada de concreto, nada de útil.

Propostas da CDU foram metidas na gaveta
Em muitos capítulos essenciais da vida da Cidade, a CDU apresentou propostas sérias, estruturadas, debatidas antes com os próprios interessados.
Estão neste caso situações como o Plano Director, o espaço público, o trânsito, estacionamento e parqueamento de veículos de duas rodas, as cargas e descargas… Tudo isso são propostas muito válidas da CDU que eram essenciais e muitas até foram APROVADAS pela Câmara, mas que pelo PS e seus apoiantes na Câmara foram metidas na gaveta.
As consequências estão à vista nas ruas da Cidade.
Lisboa está mal gerida. O estacionamento é caótico e desesperante o trânsito.
As regras para o Urbanismo continuam a faltar. O Plano Director continua por rever.
A especulação imobiliária continua a ser privilegiada, apesar do tom diferente do discurso. Mas a realidade vai no mesmíssimo sentido.
Entretanto o tempo útil do mandato esvaiu-se. E agora a acção e os planos e projectos estão a ser progressivamente substituídos por propaganda diária: todos os dias são anunciadas em grandes parangonas e almoços e jantares de campanha ideias de que nunca ninguém ouviu falar, que não foram discutidas onde deviam (nas sessões dos órgãos) mas que apenas servem para que os jornalistas possam dar uns minutos de tempo de antena ao PS e a António Costa.
António Costa e quem o apoia têm muitas contas a prestar por este desperdício de oportunidades.